Tuesday, January 25, 2011

Sala de estar, permanecer, ficar














Sento no sofá e tu do outro lado da sala
Teus olhos já flutuam sobre meu rosto, gelados
Parece até que o tempo quase se apaga
Agora, enquanto permanecemos sentados

A curvatura de tuas costas tem o tamanho exato
Cabe no abraço do meu mais breve pensamento
Onde eu imagino teu corpo e teu suave tato
Entre as músicas desse grande aposento

Eu mentiria se disesse que para sempre te amo
E te fizeste em no meu peito esmorecer
Aprisionando-te às minhas palavras
Cansado, até o dia amanhecer

Então eu calo minha rubra boca
E deixo que fiques por tua conta e risco
E que corra pelo meu rosto inteiro
Com esses teus olhos de poeta arisco

2007

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