Friday, April 8, 2011

Pequeno instante



















Pinto as unhas do pé de vermelho
Escuto música que vem da rua
Enquanto chove lá fora
Lembro de você e rapidamente esqueço

Acho que vou fazer macarronada

Unknown date

Wednesday, April 6, 2011

Final
























Eu sentei no canto do escuro
Pra saber o pensamento do silêncio
E da saudade o grande tormento
Porque tudo que vi era muro
Cascatas de solidão
Meros sonhos, ilusão
Fiquei sozinha nesse mundo
E quando você voltar
Ah, não volta não

Unknown date

Tuesday, April 5, 2011

Monday, April 4, 2011

Nua solidão














Despida de companhia
Vem a nua solidão
Só trazendo seu peso de silêncio
De pensamento
Velando noites mal dormidas
E chuvas mal molhadas
Que encharcam por dentro
Mas deixam seca a alma do homem

Vem o tempo esmagando o momento
Fechando os olhos com visões de outros sentimentos
Desejando sempre tal avulso inalcansável corpo

Vem a música mais triste
No dia mais longo
Pra encantar tudo o que não foi
E arrepender o que nunca poderia ter sido

Vem a porta fechada
De quem cala um gesto sincero de carinho
E esmorece em um canto escuro
Largado em palavras antigas

Vem a vida vazia
E se enche de tudo que não se espera
Ressoando eco nas mãos de quem apalpa o destino
Deixando oco o futuro de quem acreditava no amor

Unknown date

Wednesday, March 30, 2011

Beijo


O dia pode passar lento
Arrastando minha saudade pelo chão desse quarto.
A chuva pode ensopar com lágrimas quentes
Qualquer árvore dessa rua
Todas as minha moedas podem rolar pelo chão
Caídas de meus bolsos
Que o vento leve meus medos e congele meus olhos
E que a lua se perca em sombra e brilho no oceano de alguém
Vou deixar que levem meus livros e minhas cartas
Que queimem tudo
E que meus dedos ardam sobre velas
Quero que cortem meus cabelos
Meus pulsos
E que arranquem meus anéis
Podem cantar qualquer melodia
Eu não me importo nem com o silêncio
E você pode até fechar seus olhos
Se quiser
Mas esta noite eu vou lhe beijar a boca

Unkown date

Thursday, March 24, 2011

Boa Noite











 


Do canto do olho dá pra ver a última esquina do mundo
E as grandes voltas que os sentimentos fazem quando não encontram saída
Dá pra ver as vontades que flutuam e não acham céu que as caibam
Porque os limites já não existem mais
Entre os dedos e os cabelos passam as memórias que o tempo guarda no peito
Para que as mágoas não as arranquem
Dá pra enxergar no escuro onde as mãos tateiam
E os lábios esperam somente por um beijo que entregue um corpo inteiro
Aos braços são amarrados os abraços para que se espante o medo da solidão
E o silêncio se faça música com acordes tão doces
Quanto uma noite morna em companhia de quem se ama

Unknown date

Monday, February 14, 2011

De costurar e amar














Se pudesse tudo que quero
Minha alma ficaria pequena
Do tamanho de um botão
Que abotoaria tua camisa
Teu pensamento
E o que mais eu quisesse, então

Circa 2005

Tuesday, February 8, 2011

Pedido














Do meio do dia ou da noite
Quero uns instantes macios
Desses bem lentos
Para reorganizar os sonhos perdidos
E os pequenos amores imperfeitos
Para relembrar os lugares onde senti frio
E as companhias que me fizeram solidão
Para esquecer o toque que não mais terei
Daquelas mãos de um dono hoje desconhecido
Quero o tempo na sua valsa
Para cantar às ruas e suas passarelas de festas e de brilho
Para ter saudade das brincadeiras de menina
E dos desenhos em papel pálido e lápis colorido
Quero do dia e da noite um abraço
Que valha um sorriso e um pensamento

Circa 2003

Monday, February 7, 2011

Futuro














As paredes do teu quarto
Eu pintei com dedos fracos
Sem música nem lamento
Meros quadros em pensamento

Minha tinta de mentira
Deixou cinza os teus dias
Meus desenhos de desespero
Toda essa falta de poesia

Tuas palavras são tão claras
E quanto mais tua boca amarga
Mais meu café esfria

Somei os sonhos aos desejos
Frágil saudade que abandonei
Quando não te vi no espelho

2009

Friday, February 4, 2011

Como seria?














Se tua voz fosse silêncio
Quem ocuparia meu dia
Enquanto chove aqui dentro
Pedaços de uma música vazia?

Se teus desejos fossem fumaça
Quem meus lábios beijariam
Tocando com vagas palavras
Frases incertas e meia-poesia?

Se teus dedos fossem sonho
Como sozinha eu dormiria
Se há no quarto um relógio quebrado
E nem sinal de tua companhia?

2009

Thursday, February 3, 2011

Recado














Lhe mandei um recado
Cheio de palavras
Ate meio confuso
E bem desaforado

Disse a você pra esquecer
Não tem mais meio-termo
Pois estou de saco cheio
E cansei desse "pode ser"

Não agüento mais essa demora
Já estou ficando louca
Pare com essa frescura
E venha logo s’imbora

2009

Wednesday, February 2, 2011

Desespero














Foi saudade e desespero
Chorei os olhos
Rasguei o peito
Tomei três pílulas
Mas não tem jeito
Me diz logo
Qual teu endereço?

2009

Tuesday, February 1, 2011

Longos Dias














Meu relógio sem pressa
Tem ponteiros quase congelados
A infinta sucessão dos segundos contados
Deixa cinza a pausa das horas
Tarde que perdura sem surpresa
Enquanto espero sentado por nenhum sinal do tempo
Minha vida se arrasta lenta
Traz nas veias uma morna paciência

2007

Monday, January 31, 2011

Impressões














Parecem de pó
O destino e seus caminhos
Os infinitos grãos que formam a areia
As algemas
E as almas gêmeas
De algodão
O coração imaturo
E o já cansado
Completamente gasto
Rubro chão onde deixamos a solidão
Teu céu tão líquido
De pensamentos retorcidos
Entende o que digo
E sabe tudo o que minto

2007

Thursday, January 27, 2011

Coragem



















Me inspira a tua ausência
Com saudade e solidão
Com o que temo saber
Com o que quero perder não

Porque o que sinto guardo comigo
Entre sonho e imaginação
Entre vontade e desejo
Sobre as coisas que acontecerão
 
Então aguardo o teu retorno
E no momento certo direi então
Que sou eu quem te escreve os bilhetes
E que te amo não mais em segredo

2006

Wednesday, January 26, 2011

Indecisão

















Amanhece enquanto não durmo
E indecido sobre um beijo e um bocejo
E quando no escuro os olhos fecho
O rosto pálido dele é o que vejo
Vem um pensamento trazer desfecho
Abriu sorriso e revelou o ansejo
Eu bocejo
Depois eu beijo

2005

Tuesday, January 25, 2011

Sala de estar, permanecer, ficar














Sento no sofá e tu do outro lado da sala
Teus olhos já flutuam sobre meu rosto, gelados
Parece até que o tempo quase se apaga
Agora, enquanto permanecemos sentados

A curvatura de tuas costas tem o tamanho exato
Cabe no abraço do meu mais breve pensamento
Onde eu imagino teu corpo e teu suave tato
Entre as músicas desse grande aposento

Eu mentiria se disesse que para sempre te amo
E te fizeste em no meu peito esmorecer
Aprisionando-te às minhas palavras
Cansado, até o dia amanhecer

Então eu calo minha rubra boca
E deixo que fiques por tua conta e risco
E que corra pelo meu rosto inteiro
Com esses teus olhos de poeta arisco

2007

Monday, January 24, 2011

Soneto de Você

 Hoje vim te ver
Tava com saudades
Talvez nem saiba de que
Mas eu vim te ver

Sento aqui pra olhar o teu rosto
Fingir o teu silêncio
Pra falar comigo mesmo
Pra lembrar do teu gosto

Teu sorriso, nunca esqueço
Mesmo quando estou longe
Te vejo em tudo que aconteço

E toda vez que mereço
Me reservo esse direito
E aprecio tua fotografia como um beijo

2005

Friday, January 21, 2011

Revelação














Sou eu quem pinta com palavras
Quem desfaz as horas amargas
Quem musica os sentimentos
E quem afaga com dedos lentos

Sou eu quem lamenta o tempo veloz
E sou quem desenha com a voz
Quem rompe o silêncio e te toca com um beijo
E sou eu, aquela que te ama em segredo

2005

Thursday, January 20, 2011

Cansaço


















Eu disse que minhas horas estavam erradas e traziam as manhãs todas escuras
Eu sentia minhas mãos frias como as paredes do teu silêncio
E em meio a tanto nada eu perdi os desejos da minha boca
As palavras de dissabor
E eu fiquei quieta
Naqueles minutos frágeis eu pedi a dor que abandonasse meu corpo
Depois sonhei para que os meus ouvidos se enchessem de música

2004

Wednesday, January 19, 2011

Decisão


















Foi
Eu sei que eu senti muitas saudades do que o tempo levou
Eu sei o tanto que chorei em silêncio
Mas isso é segredo
E eu sei que a minha dor era cada dia em um lugar diferente
Até chegar ao peito teu
Eu sei que senti saudades do que o tempo levou
Mas certas coisas só o tempo traz
E renova e transforma
E mesmo que amanhã bem cedo eu esteja a falar da saudade
Hoje ela não leva nem mais uma palavra minha

2004

Tuesday, January 18, 2011

Falta de palavras












 
Pro teu silêncio ficar azul da cor dos meus pensamentos
Pra música ficar mais alta
Tão alta quanto minhas vontades
Pra fazer tuas mãos correrem a imaginação das curvas
Sentirem o perigo do desconhecido
Saberem a ânsia do novo
Pros provérbios e os ditos calarem os outros
Pro futuro ficar atônito e deixar-se emudecer
Eu escondi as palavras pra tua boca ficar muda
E eu enchê-la com um beijo inteiro

2004

Monday, January 17, 2011

Relembrando

Faz muito tempo que nao escrevo. As vezes e um bom sinal, as vezes nao. Mas resolvi tentar me inspirar com textos velhos e vou trazendo pra voces coisas que eu ja disse antes. Que eu ja senti antes. Mas que volta e meia eu sinto de novo.

Perdoem a falta de textos e a republicacao do que e antigo.
Ao menos, quem sabe, eu me inspiro novamente.

Segue o primeiro: Sozinho

Obrigada!

Sozinho














Deseja ficar sozinho apenas por hoje aquele que mais sentiu abandono ontem, porque quando nao cabe mais em nossos bolsos, e nas veias que a saudade se entranha. E o peito mais ocupado, em dias de interminaveis lembrancas, deseja apenas a companhia da solidao.

2004